Editorial
Urgências
A edição de hoje do Diário Popular traz duas urgências, daquelas gritantes. Tanto que uma é a nossa manchete e a outra é a foto principal da nossa capa, a "foto um", como dizemos no jargão da Redação. Lidar com urgências é um desafio diário para toda a comunidade e algumas deixam lições para outras.
No caso da manchete, é uma urgência sendo encarada da melhor maneira possível. Diante do cenário de um ano com três decretos de emergência por questões climáticas em Pelotas - estiagem, ciclone e enchente -, ter um plano de resiliência é fundamental para arcar com os extremos. Não há um cientista confiável que não diga que eles serão mais recorrentes. Portanto, estar preparado e ter um norteador para lidar com cada um desses cenários (e são dez previstos, como você pode ver na matéria completa na página 11), é fundamental. Esse senso de urgência deveria gerir todos os serviços públicos e é acalentador sabermos que, no próximo problema, há uma organização prévia para não partirmos do zero, batendo cabeça e correndo errado.
O outro é talvez o mais urgente dos assuntos: a miséria. A miséria traz fome. Traz criminalidade. Traz morte. É a mais triste das chagas da humanidade e muito presente em Pelotas. Os dados obtidos por Victoria Fonseca mostram a necessidade de lidarmos com isso, também com urgência. São mais de 50 mil pelotenses no Cadastro Único, o que significa uma parcela considerável da população inserida no grupo de baixa renda. Embora programas governamentais, como Bolsa Família e outros auxílios, atenuem minimamente o cenário que poderia ser ainda pior, é pouco. Há que se trabalhar para a virada de chave, com programas de engajamento da comunidade como um todo, especialmente de órgãos públicos e empresariais, em uma maneira de gerar emprego e renda para essas pessoas. É uma questão de humanidade, acima de tudo.
Um Editorial recente falava nas prioridades de Pelotas. Além delas, precisamos lidar com as urgências. São muitas e, quando uma está sob controle, parecem surgir duas ou três. A batalha é árdua a cada dia e ninguém sabe qual será o desafio de amanhã. No entanto, o plano de resiliência deixa uma lição: com preparo, tudo fica mais fácil.
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